Pela segunda vez em Portugal, os Avenged Sevenfold são um caso sério do metal híbrido. Não só transpiram hard e punk por todos os poros como também são assertivos na mensagem e atitude.
Os Avenged Sevenfold, também conhecidos como «A7X» fazem acreditar, devido a concertos como o vivido no Campo Pequeno, que ainda existe alento para o metalcore outrora personificado por Korn, Disturbed e Limp Bizkit, entre outros. Em palco, mostraram um leque impressionantemente aberto de pujança e agressividade «metaleira», que apenas se vergou, ligeiramente, no último álbum «Nightmare».
Cedo se percebeu que não são nenhuns meninos «à la» Papa Roach pois, além do vocalista, M. Shadows, não bater com o microfone na testa, canta como um verdadeiro príncipe herdeiro do trono dos vocalistas de Slayer, Slipknot e Machine Head. «Buried Alive» e «Bat Country» foram doces maquiavélicos para o paladar dos «putos» que encheram a plateia do campo Pequeno. Para apetrechar ainda mais o espectáculo, o jogo de luzes, a pirotecnia e o cenário reproduziram a fachada de uma mansão (que lembrou a da Família Adams).
«Nightmare» não é um êxito estrondoso mas tem honestidade suficiente e brutalidade para justificar esta digressão, mostrando a fragilidade das emoções da banda devido à morte recente do seu baterista, «The Reverend» e à aceitação do novo: Arin Llejay, ex-Confide, que mostrou ser excepcional. Pelo que apresentaram em palco notou-se que ainda estão a fazer o luto pela perda e que o melhor ombro para chorar é mesmo o do público.
Antes dos A7X se içarem em cena, os senhores metaleiros da Moita, Switchtense, promoveram, e bem, o que de melhor se faz com o thrash metal. São já uma certeza que justifica o lema: «o que é nacional é bom». Uma frase que fez todo o sentido, não só pelo que apresentaram como pela aceitação por parte do público.
O alinhamento do concerto dos A7X foi equilibrado, sem dar excessiva relevância ao último disco, apostando nos sucessos que chegaram ao topo das tabelas Billboard e MTV. Pena foi não terem tocado o, recentemente editado «Not Ready to Die» da banda sonora do videojogo «Call Of Dutty: Black Ops».
O saldo foi favorável: muito mosh pit, muito crowd surfing, dois encores e um público com todos os temas na ponta da língua. Se querem levar um murro na cabeça e depois abraçarem, com alegria, quem vos acertou este é um dos concertos certos: A7X!